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O clima e seus usos





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Por: Rui Wolfart

A falta de água na grande São Paulo, assunto presente nas mídias, para quem entende, já era anunciada há anos, independente da seca atual. Articulistas de grandes jornais, usando conceitos do renomado professor Gene Sharp, que teve suas teses apropriadas por diversos governos ocidentais, as utilizam no momento, batendo na questão do desmatamento, em face da seca no Sudeste e Sul do país.

Basicamente as teses do professor demonstram como derrubar governos, conquistar instituições, mobilizar populações, difundir conceitos adequados a determinados interesses, sem o uso da força, sendo a propaganda a chave principal. Um dado aparentemente banal e desconexo: depois de muitos dias sem precipitação, finalmente choveu em São Paulo no dia 14/02, cerca de 10 mm.

O noticiário noturno dos telejornais daquele dia mostraram alagamentos e vias públicas interrompidas pela água. Na sucessão, foram postadas matérias em jornais, como que saindo do vazio, pregando o desmatamento zero na Amazônia, para proteger a demanda dos vapores amazônicos pelo Sudeste brasileiro. Será esse o real objetivo das manifestações desses “anjos” protetores do ambiente? Em São Paulo 10 mm é o caos, enquanto em Mato Grosso a precipitação de 540 mm ocorrida em 23 dias de fevereiro não é notícia. Por que essa diferença?

A metrópole paulista está totalmente impermeabilizada; seu entorno sem Áreas de Reserva Legal; sem Áreas de Preservação Permanente; suas águas poluídas por dejetos humanos e industriais; estudos de expansão da captação de água parados há anos e o sistema de distribuição desperdiçando 40% da água captada e tratada, por vazamentos. São Paulo tem somente 14% de seu território com alguma cobertura florestal. Deu no que deu.

Enquanto isso, Mato Grosso entrou no radar por supostos desmatamentos/destruição da “floresta”. Ora, se são desmatamentos ilegais que se punam os autores. O estado mantém há anos 65% de seu território virgem, composto por cerrados e florestas de reservas de particulares e, de áreas públicas. Os outros 35% são áreas antropizadas, isto é, usadas por rodovias, cidades, indústrias, lavouras e pecuária. Mato Grosso tem a agricultura como sua principal atividade econômica e ela é um exemplo de produção sustentável para o mundo, pela utilização do plantio direto.

É flagrante a disparidade de tratamento dispensado a esses dois estados, restando da comparação uma simples pergunta: Quem é o “predador” que suga as energias ambientais no Brasil? Todavia, aos paulistas resta se preparar para algo mais premente, conforme frase de um taxista paulistano há poucos dias: nesse inverno o pessoal vai se estapear por causa da água. Quem viver verá.

 

Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso/agrodebate/noticia/2014/02/opiniao-o-clima-e-seus-usos.html