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Com o projeto iniciado em Tatuí, SP, peças são reutilizadas após apreensão. Em 2014, 38 instituições do estado de SP receberão os equipamentos.
A partir de 2014, 38 instituições de ensino serão beneficiadas por um convênio entre o Centro Estadual de Educação Tecnológica, o Centro Paula Souza, e o Tribunal de Justiça do estado. Unidades da Faculdade de Tecnologia (Fatec) e da Escola Técnica Estadual (Etec) receberão peças retiradas de máquinas 'caça-níqueis' apreendidas pela polícia.
O projeto de reaproveitamento dos equipamentos começou em 2009 com a Fatec de Tatuí. A ideia de reutilização foi do juiz Marcelo Salmaso que iniciou o encaminhamento do material para a instituição da cidade. “As máquinas passaram a ser enviadas para a Fatec para serem transformadas em computadores para as escolas. No entanto, os alunos começaram a fazer o desmonte dessas máquinas e a executar projetos com inúmeras ideias. Os alunos deram asas para essa ideia inicial. Hoje fazem todo o tipo de projeto tecnológico a partir das peças”, comenta.
De acordo com o diretor da Fatec da cidade, Mauro Tomazela, a unidade irá oferecer capacitação para as novas unidades que aderirem ao projeto. “As Fatecs já têm conhecimento nesse sentido, mas as que precisarem de apoio, nós teremos um programa de capacitação montado que será disponibilizado para treinar equipes dessas outras unidades”, ressalta.
Todos os componentes eletrônicos são utilizados em sala de aula por estudantes dos cursos de Gestão da Tecnologia da Informação e Automação Industrial. Em todo o estado, 2.464 máquinas já foram enviadas para a Fatec para serem reaproveitadas. Os alunos criam, inventam e aprendem.
De acordo com o professor Osvaldo d’Estefano Rosica, muitos projetos ainda estão em execução. Outras novidades vão surgir no mercado com a ajuda dessas máquinas apreendidas. Para ele, quanto mais instituições de ensino juntas nessa parceria, mais a sociedade pode ser beneficiada com novas ideias. “Mais alunos, professores e comunidade vão poder usufruir do que era ilícito e foi combatido. O que era ilícito foi transformado em algo licito e agora é aproveitado para o conhecimento”, afirma.
O estudante do curso de gestão de tecnologia da informação Ângelo Telêmaco é um dos beneficiados pelo projeto em Tatuí. Ele conta que, usando as peças retiradas das máquinas apreendidas, criou uma parede com monitores utilizados para a publicidade. Os softwares e monitores reaproveitados trouxeram a vantagem do menor custo.
“Pudemos construir estruturas de Tecnologia da Informação com a finalidade de informar as pessoas. O projeto que criamos aqui traz informação mais rápida, dinâmica e que não é aquela coisa chata como usado em um slide, por exemplo”, comenta. A madeira usada na estrutura do equipamento também é reutilizada e se transforma em suporte de caixa de som.